Fazendo um enquadramento histórico, o "Prolongamento" da TVI24 era um programa onde 3 adeptos estavam em ambiente de café a discutir os assuntos quentes da semana e a escrutinar lances de arbitragem. Cada um defendia a sua dama, havia picardias, mas notava-se que existia alguma cumplicidade e fair-play entre os intervenientes.
Quando há dois anos o Moniz decidiu correr com o Seara (a Judite deve ter ajudado a empurrar) e trazer o Guerra, tudo mudou. O Barroso viu-se forçado a abandonar o programa, e o Serrão, depois de tentar por algumas vezes debater com o Guerra, abandonou completamente essa estratégia, só falando quando é interpelado pelo moderador.
Dito isto, o programa passou a ser o Pina Guerra Show, com intervenções pontuais do Serrão, as quais, pasme-se, são as mais moderadas, racionais e urbanas do programa.
E assim compreendo bem a posição do Serrão: não entra em diálogo, porque não vale a pena, mas passa a sua mensagem (concorde-se ou não) sem interrupções. Nenhum dos outros dois ousa interromper o Serrão quando este usa da palavra. Ponto.
E quanto ao argumentário, não estejam à espera que ele tenha a acutilância de um Bernardino Barros, Miguel Guedes, Pedro Marques Lopes ou Francisco Marques. O Serrão encaixava que nem uma luva naquilo que era o formato original do programa. Como a agulha mudou, decidiu, e a meu ver bem, adaptar-se a esta nova realidade.