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  • André Villas-Boas
Percebo a ideia e concordo. Eu ia por outro lado, quem tem uma casa ao abandono devia ser obrigado a vendê-la. Só na minha rua há três casas cujos donos estão em França há décadas e não querem saber delas para nada, nunca cá vêm, e que se fossem postas no mercado facilmente seriam vendidas por 70 ou cem mil euros. Só que os herdeiros pôem-se a fazer contas, concluem que se as vendessem só iriam receber uns dez mil euros por cabeça, e como não estão a precisar do dinheiro, deixam andar. Entretanto as casas vão-se degradando, e casas que hoje seriam perfeitamente recuperáveis, daqui a quinze anos só servirão para demolir. Isto faz sentido? Para mim, não.
A minha madrinha vendeu este mês uma casinha completamente degrada que foi casa dos meus bisavós e primeira casa dos meus avós. Isto lá nos confins de trás os montes. O único interessado foi um empreiteiro que tem o monopólio de tudo o que é obras lá aqueles lados. Praticamente não existe mais ninguém. O sujeito não precisava daquilo para nada, mas ofereceu cerca de 3 mil e dada a completa escassez de interessados, eles lá aceitaram o valor. Aquilo foi dado. É um valor irrisório. No entanto, vai ser para o empreiteiro futuramente dar um jeito aquilo e meter para Alojamento Local.

Este tipo de negócios de baixo valor, só iria ser agravado com um hipotético aumento de impostos. Obrigar por lei ou por outro capricho, uma geração de reformados, com baixos rendimentos a fazer obras de restauro também é a meu ver o Estado a usar o seu poder de forma abusiva.

As medidas pensadas para f*der uma minoria com muito capital, acabam a prejudicar a maioria que não tem dinheiro para os medicamentos ou para o lar, quanto mais para as obras.
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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A minha madrinha vendeu este mês uma casinha completamente degrada que foi casa dos meus bisavós e primeira casa dos meus avós. Isto lá nos confins de trás os montes. O único interessado foi um empreiteiro que tem o monopólio de tudo o que é obras lá aqueles lados. Praticamente não existe mais ninguém. O sujeito não precisava daquilo para nada, mas ofereceu cerca de 3 mil e dada a completa escassez de interessados, eles lá aceitaram o valor. Aquilo foi dado. É um valor irrisório. No entanto, vai ser para o empreiteiro futuramente dar um jeito aquilo e meter para Alojamento Local.

Este tipo de negócios de baixo valor, só iria ser agravado com um hipotético aumento de impostos. Obrigar por lei ou por outro capricho, uma geração de reformados, com baixos rendimentos a fazer obras de restauro também é a meu ver o Estado a usar o seu poder de forma abusiva.

As medidas pensadas para f*der uma minoria com muito capital, acabam a prejudicar a maioria que não tem dinheiro para os medicamentos ou para o lar, quanto mais para as obras.
A situação em Trás-os-montes é diferente, porque não deve haver grande pressão imobiliária, já que não há muito empregos por lá.
Mas eu moro a 30 km da costa, onde há trabalho e a procura de casas é imensa, e o que mais vejo é casas a degradar-se simplesmente porque os donos não precisam do dinheiro.
No caso da tua madrinha, três mil euros é um valor ridículo, mas ainda assim é melhor do que uma ruína que ela não tem interesse ou condições para reabilitar.
Colada à minha há uma casa pequena mas lindíssima, do século XVIII, que até está classificada como património muncipal e que já não é habitada há trinta ou quarenta anos. Está-se a degradar aos poucos, pondo inclusive em risco o telhado da minha casa. O dono está em França, e em vinte anos que aqui moro, só o vi uma vez. Se fosse obrigado a fazer alguma coisa com a casa, ele trataria de a recuperar ou vender tal como está. E não faltariam interessados em dar-lhe 50 mil por ela.
 

sirmister

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A situação em Trás-os-montes é diferente, porque não deve haver grande pressão imobiliária, já que não há muito empregos por lá.
Mas eu moro a 30 km da costa, onde há trabalho e a procura de casas é imensa, e o que mais vejo é casas a degradar-se simplesmente porque os donos não precisam do dinheiro.
No caso da tua madrinha, três mil euros é um valor ridículo, mas ainda assim é melhor do que uma ruína que ela não tem interesse ou condições para reabilitar.
Colada à minha há uma casa pequena mas lindíssima, do século XVIII, que até está classificada como património muncipal e que já não é habitada há trinta ou quarenta anos. Está-se a degradar aos poucos, pondo inclusive em risco o telhado da minha casa. O dono está em França, e em vinte anos que aqui moro, só o vi uma vez. Se fosse obrigado a fazer alguma coisa com a casa, ele trataria de a recuperar ou vender tal como está. E não faltariam interessados em dar-lhe 50 mil por ela.
E há 30 ou 20 anos ninguém queria comprar essa casa.. e não havia problema nenhum, quem criou o problema que o resolva, em vez de andar a atirar para cima de quem nada tem a ver com isso.
 

Dagerman

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1 Abril 2015
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Não tenho, mas vamos imaginar que tenho uma segunda habitação desabitada algures. Está desabitada porque tem valor sentimental e não quero ninguém lá dentro a não ser eu próprio, porque não me apetece ou porque simplesmente sou maluco. A casa é minha, comprei e pago IMI como o resto da vizinhança.
Porque raios me devem obrigar a vender ou arrendar!? O estado de direito fica onde? Se calhar estive 10 anos sem férias, a poupar em borgas e copos. Amealhei para ter algum conforto hoje. Vou ser obrigado a ceder pelo que trabalhei ao camarada que nunca juntou um cêntimo, que não abdicava de férias em grande mesmo tendo de recorrer a cartão de crédito com juros altos para o efeito!? Não percebo essa mentalidade.
Uma coisa é teres uma segunda casa que só ocupas um mês por ano. Outra é teres uma casa onde nunca pôes os pés e que se está a degradar. Aí a questão do valor sentimental nem sequer se aplica, é indiferença e negligência pura. E nestes casos acho que o dono devia ser pressionado a fazer alguma coisa com aquilo. Se a pessoa não quer ou não tem dinheiro para a recuperar, devia ser obrigada a vender. Às vezes o interesse nacional sobrepõe-se ao interesse pessoal e ao direito de propriedade.
 

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  • André Villas-Boas
A situação em Trás-os-montes é diferente, porque não deve haver grande pressão imobiliária, já que não há muito empregos por lá.
Mas eu moro a 30 km da costa, onde há trabalho e a procura de casas é imensa, e o que mais vejo é casas a degradar-se simplesmente porque os donos não precisam do dinheiro.
No caso da tua madrinha, três mil euros é um valor ridículo, mas ainda assim é melhor do que uma ruína que ela não tem interesse ou condições para reabilitar.
Colada à minha há uma casa pequena mas lindíssima, do século XVIII, que até está classificada como património muncipal e que já não é habitada há trinta ou quarenta anos. Está-se a degradar aos poucos, pondo inclusive em risco o telhado da minha casa. O dono está em França, e em vinte anos que aqui moro, só o vi uma vez. Se fosse obrigado a fazer alguma coisa com a casa, ele trataria de a recuperar ou vender tal como está. E não faltariam interessados em dar-lhe 50 mil por ela.
Se a casa que referes estiver a colocar outro património em perigo, o proprietário é por lei obrigado a reabilitar ou na pior das hipóteses a deitar o imóvel abaixo. Mas infelizmente em Portugal é um processo muitíssimo lento e desgastante. Também já tive (ainda tenho) a infelicidade de viver essa situação. Então quando o proprietário se dá bem com o poder local, é um verdadeiro inferno. Também é um exemplo claríssimo da forma como o Estado, nomeadamente o poder local é incompetente na fiscalização, mas seria totalmente beneficiado com um aumento de impostos via IMI.
 
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Dagerman

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E há 30 ou 20 anos ninguém queria comprar essa casa.. e não havia problema nenhum, quem criou o problema que o resolva, em vez de andar a atirar para cima de quem nada tem a ver com isso.
Não vejo qual é o problema de obrigar um proprietário a vender uma casa que nunca usou e que está a permitir que se degrade. Se tu precisas de todo o tipo de licenças para construir uma casa, porque é que hás-de ter o direito de a deixar cair aos pedaços só porque te apetece e és o dono, sobretudo se a casa fica numa zona onde há falta de habitação?
 

N.

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  • André Villas-Boas
Incentivava a venda a venda e não o arrendamento. É isso que se deve procurar, trazer encargos a quem tem casas vazias para que as vendam e não que estejam alugadas durante anos.
Como é que tu incentivas a venda se o proprietário quiser arrendar? Vais inventar encargos para f*der mais a vida ao cidadão comum?
Eu numa situação dessas preferia fazer um crédito, depois as obras e finalmente o arrendamento. O problema é o seguinte, esta solução não serve para a grande maioria do país. Só para os centros urbanos. Mas existe também outro problema, a mão de obra é escassa, para construir ou reabilitar. Não se faz a 12 meses. Algumas nem a 24.

O próprio Estado tem um número incerto de imóveis vazios, sem uso. Nem impostos pagam, porque são propriedade do Estado.
 

sirmister

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Não vejo qual é o problema de obrigar um proprietário a vender uma casa que nunca usou e que está a permitir que se degrade. Se tu precisas de todo o tipo de licenças para construir uma casa, porque é que hás-de ter o direito de a deixar cair aos pedaços só porque te apetece e és o dono, sobretudo se a casa fica numa zona onde há falta de habitação?
O problema é estar a passar linhas perigosas quando se quer tirar a alguem o direto á sua propriedade.

E depois, como é que se pode dizer que há falta de habitação quando a maior parte das familias é proprietária, e todos os meses abrem novos hoteis e chegam mais imigrantes?
 

Dagerman

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O problema é estar a passar linhas perigosas quando se quer tirar a alguem o direto á sua propriedade.

E depois, como é que se pode dizer que há falta de habitação quando a maior parte das familias é proprietária, e todos os meses abrem novos hoteis e chegam mais imigrantes?
Se não houvesse falta de habitação não haveria proprietários a pedir um salário mínimo pela renda duma casa. Isso é sinal que a procura excede claramente a oferta, e que o mercado está desequilibrado.
Quanto ao direito de propriedade, na realidade ele só existe no plano teórico. Em última análise, quem decide desse direito é o estado, qaundo decide que o interesse colectivo se sobrepõe ao direito individual. Historicamente, em épocas de crise esse direito é simplesmente revogado, como quando no século XIV o rei decidiu que quem não cultivasse as suas terras perderia o direito a elas, ou quando no século XIX se instituiu o congelamento das rendas, ainda hoje parcialmente em vigor, ou como quando nos anos 30, nos EUA, o governo federal decidiu confiscar todo o ouro nas mãos de particulares, dando-lhes em troca papel-moeda
 
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16 Junho 2017
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Se não houvesse falta de habitação não haveria proprietários a pedir um salário mínimo pela renda duma casa. Isso é sinal que a procura excede claramente a oferta, e que o mercado está desequilibrado.
Quanto ao direito de propriedade, na realidade ele só existe no plano teórico. Em última análise, quem decide desse direito é o estado, qaundo decide que o interesse colectivo se sobrepõe ao direito individual. Historicamente, em épocas de crise esse direito é simplesmente revogado, como quando no século XIV o rei decidiu que quem não cultivasse as suas terras perderia o direito a elas, ou quando no século XIX se instituiu o congelamento das rendas, ainda hoje parcialmente em vigor, ou como quando nos anos 30, nos EUA, o governo federal decidiu confiscar todo o ouro nas mãos de particulares, dando-lhes em troca papel-moeda
É mais ou menos nesses pressupostos que o Putin se acha no direito de roubar terras à Ucrânia, pelo bem maior do povo russo.

Há uns séculos atrás era um hábito recorrente.

A sério que queres comparar as épocas?
 

Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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É mais ou menos nesses pressupostos que o Putin se acha no direito de roubar terras à Ucrânia, pelo bem maior do povo russo.
Há uns séculos atrás era um hábito recorrente.
A sério que queres comparar as épocas?
A vida e a história dão muitas voltas, e aquilo que antigamente era normal e hoje é visto como impensável, amanhã pode voltar a ser normal de novo.
Os tempos e as circunstâncias estão sempre a mudar, e eles é que determinam as acções dos governos, independentemente de concordarmos ou não.
Quem acredita em direitos adquiridos eternamente, está-se a enganar a si próprio. Basta uma crise séria, e lá se vão os direitos por água abaixo. Se estavas aqui durante a covidmania, deves ter reparado no que aconteceu a direitos tão "sagrados" como os de circulação, reunião ou expressão. I rest my case.
 

LuisFreitas

Tribuna
24 Maio 2008
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Vila Nova de Gaia, 1981
Não vejo qual é o problema de obrigar um proprietário a vender uma casa que nunca usou e que está a permitir que se degrade.
"Estou a guardar o terreno e construção para o meu netinho quando crescer".

A não ser que o edifício ou terreno em causa esteja a pôr em risco algo, (segurança, salubridade,etc, )qual o direito do Estado em usurpar alguma coisa comprada com o dinheiro LEGAL de alguém, só porque não dá resposta a um problema , ou não pensou de antemão no problema que o próprio criou?

Qualquer dia limita-se a dose de batatas fritas num restaurante porque existe alguém que passa fome.

O que o estado tem de fazer é com o imposto que eu pago quando peço mais batatas ,conseguir chegar a alguém necessitado algumas batatas..não e proibir me de ter porque alguém não tem

Mais vale não ter nada e o Estado dá tudo. Para alguma coisa existem os impostos. Não chega para tudo? Pois..
 
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Dagerman

Tribuna Presidencial
1 Abril 2015
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"Estou a guardar o terreno e construção para o meu netinho quando crescer".

A não ser que o edifício ou terreno em causa esteja a pôr em risco algo, (segurança, salubridade,etc, )qual o direito do Estado em usurpar alguma coisa comprada com o dinheiro LEGAL de alguém, só porque não dá resposta a um problema , ou não pensou de antemão no problema que o próprio criou?

Mais vale não ter nada e o Estado dá tudo. Para alguma coisa existem os impostos. Não chega para tudo? Pois..
O estado é que decide o que é legal ou não. Não estou a dizer que concordo. Estou a dizer que na prática é assim e sempre assim foi.
Nós na Europa vivemos há décadas em condições de segurança e de estabilidade, e acreditamos que temos direitos inalienáveis.
Mas quando surge uma crise nacional grave (uma guerra, por exemplo), os nossos direitos facilmente são revogados, o estado passa a ter o direito de te ir buscar a casa para te mandar para a frente de combate, ou de te fuzilar se recusares combater ou desertares, ou obrigar-te a aceitar em casa pessoas desalojadas.
Em horas de crise, o estado tem um poder discricionário e aos cidadãos só resta comer e calar. Sempre foi assim no passado, e não vejo motivo nenhum para que não pudesse voltar a acontecer. Sabemos lá como será o mundo daqui a vinte ou cinquenta anos!
 

Manageiro de futból

Tribuna Presidencial
25 Julho 2007
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"Estou a guardar o terreno e construção para o meu netinho quando crescer".

A não ser que o edifício ou terreno em causa esteja a pôr em risco algo, (segurança, salubridade,etc, )qual o direito do Estado em usurpar alguma coisa comprada com o dinheiro LEGAL de alguém, só porque não dá resposta a um problema , ou não pensou de antemão no problema que o próprio criou?

Qualquer dia limita-se a dose de batatas fritas num restaurante porque existe alguém que passa fome.

O que o estado tem de fazer é com o imposto que eu pago quando peço mais batatas ,conseguir chegar a alguém necessitado algumas batatas..não e proibir me de ter porque alguém não tem

Mais vale não ter nada e o Estado dá tudo. Para alguma coisa existem os impostos. Não chega para tudo? Pois..
Mas isso acontece em países ultra liberais, tipo Países Baixos ou Dinamarca.
Em Portugal é que não se pode pensar em alugueres coercivos ( e nem sequer era da segunda casa ou da casa de férias, era de quarta ou quinta propriedade com condições de serem habitadas e fechadas) ou aumentos de impostossem a conversa do socialismo e da nova Venezuela.

Há pessoas que trabalham e recebem salário e não têm dinheiro para pagar uma casa e sustentar a família. Isso parece-me bem mais grave do que o
direito à propriedade da quarta ou quinta habitação de uma pessoa que nem se importa de ter um casa fechada sem gerar rendimento, porque não precisa.
 

LuisFreitas

Tribuna
24 Maio 2008
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Vila Nova de Gaia, 1981
O estado é que decide o que é legal ou não. Não estou a dizer que concordo. Estou a dizer que na prática é assim e sempre assim foi.
Nós na Europa vivemos há décadas em condições de segurança e de estabilidade, e acreditamos que temos direitos inalienáveis.
Mas quando surge uma crise nacional grave (uma guerra, por exemplo), os nossos direitos facilmente são revogados, o estado passa a ter o direito de te ir buscar a casa para te mandar para a frente de combate, ou de te fuzilar se recusares combater ou desertares, ou obrigar-te a aceitar em casa pessoas desalojadas.
Em horas de crise, o estado tem um poder discricionário e aos cidadãos só resta comer e calar. Sempre foi assim no passado, e não vejo motivo nenhum para que não pudesse voltar a acontecer. Sabemos lá como será o mundo daqui a vinte ou cinquenta anos!
Fiquemos no presente e nao daqui a 20 ou 50 anos.

A crise que existe é economia basica, nao é uma guerra ( e sim vou continuar na mesma tecla ): lei da oferta/procura, com as consequencias normais dos produtos ligados ao mercado. Há procura, nao ha oferta suficiente nem alicerces . Nao ha que chegue: casas, materiais, gente para trabalhar nesses materiais e construir essas casas. O preço sobe em tudo: produto acabado, materia prima, mao de obra. E ha quem consiga pagar esse aumento ( atraves de muitas situaçoes, mais ou menos criticaveis.) É uma pescadinha de rabo na boca. A soluçao normalmente esta a montante.
 
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LuisFreitas

Tribuna
24 Maio 2008
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Vila Nova de Gaia, 1981
Mas isso acontece em países ultra liberais, tipo Países Baixos ou Dinamarca.
Em Portugal é que não se pode pensar em alugueres coercivos ( e nem sequer era da segunda casa ou da casa de férias, era de quarta ou quinta propriedade com condições de serem habitadas e fechadas) ou aumentos de impostossem a conversa do socialismo e da nova Venezuela.

Há pessoas que trabalham e recebem salário e não têm dinheiro para pagar uma casa e sustentar a família. Isso parece-me bem mais grave do que o
direito à propriedade da quarta ou quinta habitação de uma pessoa que nem se importa de ter um casa fechada sem gerar rendimento, porque não precisa.
Quem tem que ajudar os que trabalham e nao tem dinheiro para a casa, é o Estado, nao é o vizinho. Ajudar seja com salarios altos, oferta condizente com a situaçao economica e social, por ai fora. E isso falhou nos ultimos anos. Ou nao foi suficiente.

Edit: eu gostava de saber os numeros de quantas terceiras e quartas habitaçoes existem. Nao sei mesmo se alguem tiver que consiga partilhar. Nao me acredito que solucionasse nem 10% da situaçao mas.
 
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sirmister

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Se não houvesse falta de habitação não haveria proprietários a pedir um salário mínimo pela renda duma casa. Isso é sinal que a procura excede claramente a oferta, e que o mercado está desequilibrado.
Quanto ao direito de propriedade, na realidade ele só existe no plano teórico. Em última análise, quem decide desse direito é o estado, qaundo decide que o interesse colectivo se sobrepõe ao direito individual. Historicamente, em épocas de crise esse direito é simplesmente revogado, como quando no século XIV o rei decidiu que quem não cultivasse as suas terras perderia o direito a elas, ou quando no século XIX se instituiu o congelamento das rendas, ainda hoje parcialmente em vigor, ou como quando nos anos 30, nos EUA, o governo federal decidiu confiscar todo o ouro nas mãos de particulares, dando-lhes em troca papel-moeda
As rendas em percentagem do ordenado minimo se calhar não estão muito diferentes do que eram há 10 ou 15 anos.

Claro que o estado pode fazer essas coisas, em Portugal o estado scamou senhorios durante décadas com rendas ridiculas congeladas, e depois perguntasse porque é que há casas que não vão para o mercado.

No final o que as pessoas tem que aceitar que mudamos para outra coisa, na habitação, saude, educação e segurança, e ajustar a isso e aproveitar as oportunidades, não vale a pena andarem a chorar porque se estiverem a espera do estado para isso...
 
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Dagerman

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As rendas em percentagem do ordenado minimo se calhar não estão muito diferentes do que eram há 10 ou 15 anos.
A última vez que aluguei uma casa foi em 2005 e na altura pagava 200 euros de renda. Hoje o proprietário pede 500 euros pela mesma casa, ou seja, mais 150%.
Eu não ganho mais 150% do que ganhava há vinte anos, nem nada que se pareça.