A situação em Trás-os-montes é diferente, porque não deve haver grande pressão imobiliária, já que não há muito empregos por lá.A minha madrinha vendeu este mês uma casinha completamente degrada que foi casa dos meus bisavós e primeira casa dos meus avós. Isto lá nos confins de trás os montes. O único interessado foi um empreiteiro que tem o monopólio de tudo o que é obras lá aqueles lados. Praticamente não existe mais ninguém. O sujeito não precisava daquilo para nada, mas ofereceu cerca de 3 mil e dada a completa escassez de interessados, eles lá aceitaram o valor. Aquilo foi dado. É um valor irrisório. No entanto, vai ser para o empreiteiro futuramente dar um jeito aquilo e meter para Alojamento Local.
Este tipo de negócios de baixo valor, só iria ser agravado com um hipotético aumento de impostos. Obrigar por lei ou por outro capricho, uma geração de reformados, com baixos rendimentos a fazer obras de restauro também é a meu ver o Estado a usar o seu poder de forma abusiva.
As medidas pensadas para f*der uma minoria com muito capital, acabam a prejudicar a maioria que não tem dinheiro para os medicamentos ou para o lar, quanto mais para as obras.
Mas eu moro a 30 km da costa, onde há trabalho e a procura de casas é imensa, e o que mais vejo é casas a degradar-se simplesmente porque os donos não precisam do dinheiro.
No caso da tua madrinha, três mil euros é um valor ridículo, mas ainda assim é melhor do que uma ruína que ela não tem interesse ou condições para reabilitar.
Colada à minha há uma casa pequena mas lindíssima, do século XVIII, que até está classificada como património muncipal e que já não é habitada há trinta ou quarenta anos. Está-se a degradar aos poucos, pondo inclusive em risco o telhado da minha casa. O dono está em França, e em vinte anos que aqui moro, só o vi uma vez. Se fosse obrigado a fazer alguma coisa com a casa, ele trataria de a recuperar ou vender tal como está. E não faltariam interessados em dar-lhe 50 mil por ela.